sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Paisagem Sonora

O conceito de “Paisagem sonora” tornou-se conhecido para os educadores em música a partir do trabalho produzido pelo professor canadense Murray Schaffer. Em seus estudos, ele trabalha com a percepção de sons de diversos ambientes e utiliza estratégias para sensibilizar o ouvido de seus alunos, como fazer um passeio por um bosque de olhos vendados. Povos e culturas diversos apresentam paisagens sonoras diferentes. A paisagem sonora na qual vivemos nos traz o sentimento de pertencimento, de fazer parte daquele ambiente. Alguns músicos da contemporaneidade inspiram-se nessas diferentes paisagens, criando em suas composições sons que não são produzidos por instrumentos musicais, como Hermeto Pascoal e John Cage, entre outros. Para que as crianças sejam estimuladas a perceber e identificar sons nos diversos ambientes em que vivem e de entender melhor o conceito de paisagem sonora, uma atividade que pode ser proposta é um passeio pela escola. Nesse passeio, as crianças registram em gravadores os sons do pátio, da diretoria, da rua, da sala de aula, da cantina, da aula de Educação Física, do recreio, da sala dos professores, da entrada, da saída, enfim, os sons que compõem a paisagem sonora da escola. De volta à classe, todos ouvem as fitas, tentando descobrir a localização de cada som e suas principais características - se são altos ou baixos (volume), graves ou agudos, longos ou curtos (duração). Para ampliar o foco da discussão, pode-se conversar com os alunos e pedir-lhes que descubram outras paisagens sonoras diferentes da escola: a rua em diferentes horários, a casa, o shopping, um ginásio de esportes, a igreja etc.Na aula seguinte, o professor propõe uma nova audição do material recolhido para reorganizá-lo, estimulando as crianças a perceberem pelos sons os locais de onde foram gravados. Depois, pode-se construir um roteiro como se fosse um percurso pela escola e produzir com o grupo uma nova gravação, seguindo o roteiro. Essa gravação deve corresponder a um passeio sonoro pela escola. Esse trabalho pode ser realizado em grupos, com cada um cuidando de uma parte do passeio. Para finalizar a atividade, toda a classe ouve o “Passeio sonoro pela escola”, avalia os sons que descobriram nesse percurso e como esse trabalho interferiu na percepção de outros sons fora da escola.

Referência:SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991.Texto original: Maria Terezinha Teles GuerraConsultoria pedagógica: Anamélia Bueno BuoroEdição: Equipe EducaRede





10 dicas para captação de áudio

1. Comece com um briefing:

a. O quê será gravado (só áudio, áudio-vídeo)?
b. Quais os recursos disponíveis (técnicos, financeiros, humanos)?
c. Qual o produto final da gravação (áudio para dub, ambiência, registro sonoro, outro)?
d. Qual a mídia em que será veiculado (rádio, TV, disco, cine, web, outra, mais de uma)?

2. Faça um plano de captação:


a. Com base no briefing, escolha o setup mais adequado (microfones direcionais, não-direcionais, lapela, boom, estéreo, etc).
b. Defina um percurso a ser seguido, baseado num reconhecimento prévio.
c. Preveja o tempo de permanência em cada local.
d. Assegure-se de que conta com todas as permissões necessárias;
e. Verifique as condições meteorológicas e de trânsito antes da gravação.
f. Eleja alternativas caso o previsto não possa ser concretizado.

3. Elabore um checklist a ser cumprido, relacionando todos os equipamentos e acessórios indispensáveis à gravação.

4. Teste todo o equipamento e acessórios antes da gravação.

5. O equipamento principal deverá se acompanhado de um outro reserva para que uma possível pane não invalide toda a sessão.

6. O equipamento principal é o conjunto composto por microfone, gravador e monitor, sendo que este último é de importância fundamental.

7. É conveniente ter sempre um auxiliar com que se possa contar.

8. Se possível, isole o ambiente de gravação para obter o melhor resultado.

9. Durante a gravação, não produza ruídos: não converse, desligue celulares e dispositivos sonoros.

10. Após a gravação, faça um backup de todo o material bruto.


(Referências bibliográficas: MCLEISH, Robert. Rádio - um guia abrangente da produção radiofônica. São Paulo: Summus, 2001. CRAWFORD, Doug. ABC da Gravação. São Paulo: Summus, N/C.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Educadores do CIEJA participam do 1º encontro da formação Agente Cultura em Mídia Rádio


Hoje tivemos o 1º encontro de formação de educadores para realização de curso de qualificação profissional, Agente Cultural em Mídia Rádio nos CIEJAS (Centro Integrados de Educação de Jovens e Adultos). Participaram 28 educadores de 13 unidades que sairam do encontro empolgados com a proposta. O 1º encontro foi ministrado pelo Professor Doutor em Comunicação Marciel Aparecido Consani que falou sobre a linguagem radiofonica, a história do rádio, e uso de editores de audio no computador. O curso prossegue no próximo dia 17/10/2010 na Secretaria Municipal de Eduçação de São Paulo das 09h00 às 13h00 , na sala de Informatica Educativa. A proposta é trabalhar edição digital.

Fases do Rádio



foto publicada no site da UNICAMP

Podemos dividir a história do rádio em cinco grandes fases:

(I) Experimental – o rádio como uma tecnologia experimental, uma solução à procura de problemas. Radiodramaturgia (Soap Opera, EUA)
Gêneros dominantes: Educativo e cultural: palestras, música clássica.

(II) “Era de Ouro” – o rádio conhece seu apogeu de popularidade, tornando-se a grande mídia da família. Surgem os ídolos midiáticos.
Gêneros dominantes: música popular dançante, canções, noticiários e comerciais. Rádio + disco.

(III) Queda - com o advento da TV, o rádio perde audiência, quadros e patrocinadores. Gêneros dominantes: serviços, programação interativa. Rádio + telefone.

(IV) Retomada – a FM renova o fôlego do rádio, no Brasil, os festivais de música motivam a juventude a ouvir rádio e o esporte
Gêneros dominantes: música popular (jovem), esporte. Rádio + TV.

(V) Era Digital – a popularização da Internet possibilita produção interativa em Podcasts e Webradios.
Gêneros dominantes: programetes, relatos pessoais, radioarte. Rádio + computador.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Programa Nas Ondas do Rádio atua na qualificação profissional de jovens e adultos na cidade de São Paulo

O Programa Nas Ondas do Rádio inicia na próxima sexta-feira , 10 de setembro de 2010, a formação de educadores para realizar o curso de qualificação profissional nas unidades do CIEJA (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos).

O curso Agente Cultural em Mídia Rádio será oferecido para jovens e adultos, a partir de 2011 nas 16 unidades do CIEJA da Rede Municipal de Ensino de São Paulo. O curso visa qualificar os participantes para desenvolver atividades nas áreas da Comunicação, Eventos, e também, atuar como oficineiros em Ongs e em Rádios Comunitárias.

É o 1º curso de qualificação profissional do país, utilizando o conceito de Educomunicação na Educação de Jovens e Adultos.

Serão formados até o final do ano 30 educadores que atuarão na formação dos alunos no CIEJA. Durante 10 encontros serão apresentado conteúdo teórico, técnico e atividades praticas de produção de rádio. A proposta é preparar o educador para realizar a formação de centenas de alunos em 160 horas.

A capacitação será realizada pela equipe de assessores do Programa Nas Ondas do Rádio, com vasta experiência na área da Comunicação.